A BloombergNEF, conhecida por suas análises detalhadas do mercado financeiro, recentemente ajustou como avalia os fabricantes de módulos solares, trazendo um pouco de burburinho para o mundo da energia solar.
O selo “Tier 1” que eles dão é como um grande polegar para cima, mostrando que um fabricante de módulos solares é confiável e bem aceito no mercado. Mas, com as novas mudanças nas regras, tem muita gente por aí levantando a sobrancelha e questionando se ainda podemos confiar tanto nesse selo.
Uma das grandes novidades é que agora, para ser “Tier 1”, os fabricantes precisam estar por trás de projetos ainda maiores, com mais de 5 MW. Isso é um salto e tanto comparado ao requisito anterior de 1.5mw e, claro, deixou muita gente pensando no que isso significa para o futuro.
E não para por aí. A BloombergNEF também disse que pode mudar essas regras quando quiser. Isso é bom por um lado, porque eles podem se adaptar rápido às novidades do mercado. Mas, por outro lado, essa flexibilidade toda deixa fabricantes e investidores um pouco no escuro sobre o que esperar.
Com toda essa movimentação, acho super válido levantar a bandeira que não devemos confiar exclusivamente na BloombergNEF, nem simplesmente excluir um fabricante do nosso radar por não estar classificado como Tier 1.
Existem outras formas de avaliar, como o reconhecimento “Top Performer” da PV Evolution Labs (PVEL), que realmente destaca os produtos que brilham em performance, durabilidade e confiabilidade. E tem também as certificações internacionais, como as normas IEC 61215 e IEC 61730, que são como um selo de qualidade, assegurando que os módulos solares estão de acordo com os mais altos padrões de segurança e desempenho.
Não podemos nos esquecer de outras organizações e analistas de mercado, como a IHS Markit e a Wood Mackenzie, que também trazem relatórios e rankings cheios de insights sobre quem está se destacando na fabricação de módulos solares.
Algo que realmente me chamou a atenção foi ver grandes nomes, que prefiro não mencionar, que em 2023 brilhavam no Tier 1 e, devido às novas regras, agora encontram-se no Tier 2. O mais interessante é que alguns desses fabricantes realmente investem em inovação e tecnologia, buscando fazer a diferença, em vez de apenas focar em números de instalação, muitas vezes priorizando preços baixos em detrimento da qualidade para alcançar uma classificação mais alta.
Falando em inovação, temos tecnologias empolgantes que acabam sendo deixadas de lado em detrimento disso; fica aqui meu manifesto para que não esqueçamos que estamos em um mercado de tecnologia.
Inovações como o Grafeno, celebrado por sua incrível condutividade elétrica e térmica, além de ser super leve e flexível. Também há as células solares de Perovskita, que prometem transformar a eficiência e o custo da energia solar com sua estrutura cristalina única, oferecendo uma alternativa mais acessível ao silício e com potencial para superar sua eficiência.
Não podemos esquecer da tecnologia de células Shingled, que organiza as células solares em tiras sobrepostas, melhorando o desempenho do módulo, especialmente em condições de sombreamento. Estruturas dos módulos de Poliuretano que começam a atuar em substituição dos materiais de encapsulamento tradicionais, como o EVA, podendo melhorar significativamente a durabilidade e a resistência dos módulos solares a condições ambientais adversas, resultando em uma vida útil prolongada.
Aqui na Sirius, o que realmente valorizamos é considerar, sim, classificações econômicas e critérios de mercado, mas sem deixar de mergulhar de cabeça nas inovações tecnológicas, na eficiência das células e nos detalhes que tornam cada módulo solar único. Valorizamos imensamente as opiniões de nossos clientes, os estudos de caso e os feedbacks, pois são fontes riquíssimas de informações sobre o desempenho real dos módulos no dia a dia.
Outro ponto importante é que cada fabricante tem sua maneira única de atuar em diferentes países. Pensar que ser Tier 1 é sinônimo de garantia de sucesso é apenas uma lenda urbana. O suporte técnico, o atendimento ao cliente, as garantias e até as burocracias diferem de um lugar para outro.
Por exemplo, pode ser que uma empresa classificada como Tier 2 esteja realmente investindo no Brasil, montando uma equipe completa de atendimento, suporte técnico, entreposto. Mesmo que não seja Tier 1, essa empresa pode estar liderando projetos de mais de 3 MW, o que já supera o critério anterior de 1,5 MW. Isso a torna uma opção mais interessante no Brasil do que uma Tier 1 voltada para a Europa, que talvez não tenha uma equipe local ou conte apenas com um ou dois representantes para toda a América do Sul.
Então, mesmo com as atualizações da BloombergNEF, temos disponível um vasto universo de possibilidades para investigar e identificar quais fabricantes de módulos solares estão se destacando de verdade. Toda essa pesquisa enriquece nossas decisões e nos permite continuar valorizando a energia solar, uma verdadeira aliada na missão de cuidar do nosso planeta.
Bruno Fraga
Co-founder, CEO @ Sirius